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PESSOAS

O projeto PESSOAS propõe ressignificar as relações entre crianças, trabalhadores e frequentadores de um mesmo território. Por meio de investigações e visitas a estabelecimentos que prestam serviços que sustentam o cotidiano na metrópole, como padaria, mercados e sapatarias, os participantes transformarão o entorno e serão transformados por ele, criando novas relações afetivas. Dessa maneira, também se aproximarão dos processos e sujeitos que compõem o dia a dia da cidade.

Resumo do Projeto

O grupo Amora nasceu do encontro de três educadoras que pesquisam e pensam a relação das infâncias com a cidade. O coletivo busca provocar e convidar as crianças a habitarem seus territórios de maneira afetiva e investigativa, conectando as diferentes pessoas que os compõem. Assim, nossas propostas visam criar um tempo para as crianças experimentarem, apropriarem-se e participarem do cotidiano da cidade ativamente, reconhecendo-as como cidadãs.

O projeto PESSOAS foi idealizado durante a pandemia, momento no qual ficou evidente a importância dos trabalhadores no funcionamento da cidade e a invisibilidade deles na correria do dia a dia na metrópole (São Paulo). Diante de tantas incertezas e faltas, sentimos a necessidade de refletir, com as crianças, sobre as práticas e interações urbanas a fim de melhorar a qualidade de vida e repensar o lugar que vivemos. Dessa maneira, a proposta tem a intenção de humanizar as relações entre crianças e trabalhadores, pessoalizando processos e tornando visível os sujeitos que, com seus conhecimentos e ações, constroem a rotina da cidade.

Por meio de conversas e visitas, mediadas pelo Amora, as crianças investigam um local que faz parte da rede de serviços de seu território e tem interesse em participar do projeto, como borracharia, mercado, costureira, museu, cabeleireiro e outros estabelecimentos.

O projeto se inicia com a definição do território e levantamento das instituições sociais, culturais ou educacionais que atendem crianças de 4 a 6 anos e tenham interesse em participar. Definida a instituição, o Amora inicia um estudo de seu entorno, identificando os estabelecimentos, também, interessados em participar do projeto. Essas informações serão coletadas através de entrevistas com os integrantes da instituição participante (funcionários e crianças) e caminhadas exploratórias realizadas pelas educadoras, no espaço delimitado pelo raio de 1km, aproximadamente, a partir dessa instituição. Esse limite é necessário para viabilizar o deslocamento a pé com as crianças até o local selecionado, o que será realizado em uma das próximas etapas. Ao término do mapeamento, é feita uma curadoria para a produção de um documento composto por uma lista de estabelecimentos selecionados para apresentação às crianças. Essas escolhem um para ser investigado.

Definido o local da investigação, as educadoras realizam uma visita, sem as crianças, para aproximar-se das pessoas que lá trabalham, bem como entender o seu funcionamento: o que se repete, o que é flexível, que horas e quem abre e fecha o estabelecimento, como as luzes são acesas, onde os objetos ficam guardados e como são organizados, produzidos, etc. Ao longo dessa exploração, registramos os diversos elementos presentes: pessoas, maquinários, objetos e ações realizadas naquele espaço. Esse material é produzido contemplando diferentes linguagens para posterior apresentação às crianças, como fotos, vídeos, gravações de áudio/sons, relatos, trechos de conversas.

A partir da apresentação dos materiais coletados por nós na etapa anterior, convidamos as crianças a se expressarem sobre o que pensam a respeito do cotidiano no local selecionado. Por meio de desenhos e falas, começam a levantar hipóteses sobre o funcionamento das coisas, relatando o que já conhecem ou imaginam e se perguntando sobre o tempo ou a quantidade de pessoas necessárias para desenvolver algo. Elementos trazidos pelas crianças neste momento são documentados e norteiam o planejamento da visita que faremos com elas ao local.

A ideia da visita é que o grupo de crianças possa investigar, observar, sentir, comprovar ou refutar as ideias inicialmente levantadas na etapa anterior. Na visitação, contamos com a mediação das educadoras e a atuação dos trabalhadores do local ao narrar seus saberes, ações cotidianas, bem como seus nomes, vivências e preferências, possibilitando a criação de novos laços afetivos entre as pessoas que compõem aquele território e a conscientização de processos do dia a dia.

O projeto se encerra com uma exposição temporária na instituição das crianças, no local parceiro e em nossas redes sociais, dos registros (fotos, desenhos, comentários, descobertas...) feitos ao longo do processo. O local é incluído em um mapa interativo disponível virtualmente e que informa quais locais de cada região são parceiros das crianças e desenvolvem boas práticas com a comunidade. Além disso, é produzido, junto com as crianças, um objeto para a exposição permanente no local da investigação, contendo informações sobre o mapa e o projeto, funcionando assim como um "selo" e possibilitando que as crianças deixem suas marcas, transformem o entorno e sejam transformadas por ele.

Galeria do Projeto

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