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Vila Buarque para Crianças

Vila Buarque para Crianças foi um evento de sensibilização organizado pelo Metrópole 1:1, promovido pelo IAB e com apoio da Bernard Van Leer, que convidou os cidadãos a refletir sobre a relação da cidade com as crianças. O evento fez parte do “mês das crianças do IAB”, que contou com uma série de iniciativas pelo Brasil, para celebrar o tema e lançar o jogo “O jogo como ferramenta – Boas práticas urbanísticas para a Primeira Infância brasileira”, desenvolvido pela Lîla Coletiva.

Resumo do Projeto

A partir do panorama nacional de ações e eventos focados na primeira infância, a iniciativa de SP buscou desenvolver um processo de trabalho para que a atuação não se tratasse apenas de uma atuação efêmera, mas que abordasse questões cotidianas e deixasse legados materiais e imateriais na Praça Rotary, no centro da cidade, local de estudo e implementação dos trabalhos.

O processo de trabalho do Vila Buarque para Crianças envolveu uma série de fases, anteriores e posteriores ao evento. O primeiro passo foi a realização do Diagnóstico 1:1, que, por meio de análises qualitativas e quantitativas, forneceu o primeiro panorama para compreensão do espaço. A segunda fase consistiu na escuta de agentes locais, para enriquecer o conhecimento em relação às dinâmicas do bairro e da Praça. Após realizadas estas etapas, seguiu-se para uma sistematização, utilizando as categorias do “Guia para Bairros Amigáveis à Primeira Infância” para identificar os desafios e potenciais do espaço, e assim começar a desenhar soluções.

A partir dessas soluções, a fase de planejamento consistiu no detalhamento do projeto, com desenvolvimento da programação, articulação de agentes para firmar parcerias, desenvolvimento de cronograma para execução e orçamento. Com todas estas etapas alinhadas, foi possível coordenar as atividades do evento, que envolveram desde uma programação artística e cultural, à pesquisas voltadas aos cuidadores e crianças que estavam presentes. Após o evento, a última etapa foi de reflexão em relação aos dados coletados e os legados que o Vila Buarque para Crianças deixou para o bairro.

Um esforço paralelo ao Diagnóstico 1:1 foi estabelecer uma rede de contato com os agentes locais. A conversa com os Amigos da Praça da Vila Buarque, grupo autônomo de moradores que se mobilizou para cuidar de forma coletiva da praça, foi crucial para compreender as principais demandas do grupo em relação ao espaço, tal qual descobrir as dinâmicas de manutenção e zeladoria da praça. Outros agentes que atuam na região foram envolvidos no processo: a Biblioteca Monteiro Lobato, primeira biblioteca infanto-juvenil da cidade e que está inserida dentro da praça, e a Vila Buarque Solidária (VBS), uma iniciativa que busca atuar no enfrentamento a problemas na como segurança alimentar, moradia, saúde, cultura e protocolos de prevenção à contaminação pela Covid-19 no bairro.

A VBS é composta pelas seguintes instituições da região: Faculdade de Sociologia e Política (FESP) e o Instituto Walter Leser da mesma instituição, Ação Educativa, Central dos Movimentos Populares (CMP), Escola da Cidade, o Instituto dos Arquitetos do Brasil - São Paulo (IAB-SP), o Instituto Pólis, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e o Sesc Consolação.

O contato com a Biblioteca foi importante para melhor compreender a relação de administração da praça, uma parceria fundamental para o desenvolvimento dos trabalhos. Já o contato com a Vila Buarque Solidária foi frutífero para a elaboração da programação do evento. Em reunião, foi mencionado que a intenção da VBS em realizar um evento na rua na mesma época em que a intervenção do mês das crianças estava prevista, dessa forma as instituições que compõem a VBS propusessem algumas atividades dentro do escopo do Vila Buarque Para Crianças, voltadas para o público alvo do evento, além das suas próprias programações que ocorreram no decorrer do mês e no dia do evento.

O fechamento da rua para carros e a possibilidade de criar um espaço seguro para o brincar evidenciou que não precisa-se de muito para ocupar a rua e proporcionar um espaço de lazer de qualidade para as crianças do bairro. O brincar livre na rua, com uso de elementos simples como giz de cera e bambolês, demonstra a facilidade de promover espaços como estes na cidade.

As entrevistas, evidenciaram a vontade da população para que eventos como estes sejam recorrentes no bairro, nesse sentido, o estabelecimento da Rede de Apoio à Primeira Infância foi um primeiro passo importante para a continuação desse diálogo, e o interesse de novos comerciantes em integrar a rede durante o evento demonstra a possibilidade de expansão do projeto.

Outro aspecto a ser abordado é a análise comparativa do fluxo de veículos, pedestres e permanência antes e durante a intervenção, que trouxe dados interessantes. O fluxo de carros não foi prejudicado com o evento, uma vez que os veículos não encontram dificuldades em circular nas rotas alternativas. Outro dado a ser destacado é relativo à permanência na praça: por mais que a rua estivesse sendo aproveitada o dia todo pelas crianças e pelas pessoas cuidadoras, a praça continuou sendo frequentada como nos dias típicos. Este fato demonstra tanto o potencial da ampliação dos espaços públicos na cidade quanto a carência por mais locais como estes, uma vez que a abertura de outros espaços de lazer não compete com os espaços pré-existentes, os complementa e atrai mais pessoas.

Ficha Técnica

organização metrópole 1:1
Amanda Silber
Bibiana Tini
Bruna Sato
Douglas Farias
realização IAB
Fernando Túlio
Flavia Cristina Bassan Saldanha
Gustavo Partezani
Pedro Rossi
Viviane Luise de Jesus Almeida
Lila coletiva
Designers gráficos
Daniel Carvalho
Juliana Miranda
Pesquisadores
Juliana Miranda
Marina Pereira
Pedro Feriotti
Demais contribuições
Camila Santana
Diniz Mbure
Gabriela Vieira
Louise Cyrino
Mariana Grau

Equipe Técnica

Galeria do Projeto

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Galeria Comparativa