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M2 Contêiner – educação de 0 a 3 anos

O Projeto propõe que a educação e cuidado coletivo de crianças abaixo de 3 anos deva se desenvolver em espaços públicos e abertos, através da instalação de contêineres em praças, parques, e bosques em cidades brasileiras de médio e grande porte. A concepção apresentada resulta do trabalho de uma equipe interdisciplinar que durante 40 anos observou crianças brincando em creches e em espaços públicos . A ideia central da proposta é que haja integração orgânica dos ambientes multifuncionais.
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Resumo do Projeto

De acordo com o estudo feito pelo PNAD – IBGE (2019), 56,4 milhões de crianças e jovens frequentaram escola ou creche em 2019. A taxa de “escolarização” para crianças de 0 a 3 anos, foi de 35,6% (3,6 milhões), já para a faixa de 4 e 5 anos temos 92,9% (5 milhões). Os dados apontam um crescimento anual na taxa de frequência em creches, evidenciando, contudo, a necessidade da expansão da oferta desse tipo de serviço; estima-se que 46,7% das crianças abaixo de 3 anos necessitam frequentar creches em áreas urbanas. A creche comunitária, a qual indicamos em nosso Projeto, é uma opção crescente que busca atender a demanda da primeira etapa da educação básica, que pode ser organizada com grupos de pessoas físicas, ou uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de educadores e famílias que incluem em sua entidade mantenedora representantes da comunidade (LDB, artigo 20, inciso 2). Em nosso Projeto, esse modo de acolhimento, busca suprir a falta de estruturas físicas, através da instalação de contêineres em espaços públicos, tornando mais ágil a expansão da oferta. Nota-se nas cidades brasileiras a disponibilidade de espaços públicos subutilizados como praças, parques e bosques, a Cidade de São Paulo, é bom exemplo, possui 107 Parques Municipais entre urbanos, lineares e naturais, equipamentos que muitas vezes estão ociosos. Considerando esses espaços públicos e a demanda para esse modo de acolhimento, foi organizado ambientes integrados em quatro dimensões: Espacial - espaços externos e internos que são planejados para diferentes interações entre as crianças e com acesso aos objetos e às suas necessidades físicas, emocionais e culturais. São espaços que possibilitam a visão de todas as ações infantis; Temporal - que prioriza os tempos das infâncias e a necessidade do coletivo infantil, buscando flexibilizar singularidades necessárias de cada grupo e/ou subgrupos de crianças; Funcional - que respeita as normas de segurança, bem como os indicadores e critérios de qualidade nacionais e explicita a necessidade da criança de ter acesso crescente aos brinquedos, objetos pessoais, de higiene e outros utensílios. Interacional - respeitando as três dimensões acima, a dimensão internacional será naturalmente provocada pelas crianças, permitindo diferentes iniciativas e maior autonomia. Assim, os pequenos intencionalmente interagem com o outro e com os objetos que estarão à sua disposição; dispensando os modelos adultocentricos. O Projeto arquitetônico utiliza contêineres, que podem ser reciclados e devem ser instalados em áreas verdes, após aprovação da prefeitura envolvida. Através de grandes painéis de vidro e portas de correr, o projeto prevê a máxima integração entre os espaços internos e externos, pensados em planta livre, possibilitando aos educadores ampla visão de todo ambiente. Os espaços foram projetados para serem multifuncionais, permitindo que todas as crianças circulem e interajam nos ambientes. A arquitetura dialoga com uma concepção de criança competente que toma iniciativas e explora, brinca, joga e cria. Essa atmosfera será o ponto de partida para que as crianças, desde bebês, suas famílias e suas/seus educadoras/es estejam acolhidos em seu dia a dia sem nenhuma forma de confinamento. A equipe prevista para o funcionamento das unidades é formada por um pedagogo, especializado no cuidado e educação de crianças abaixo de 3 anos, associado a um técnico em enfermagem e nutrição que, junto às famílias, organizam o projeto pedagógico, respeitando os princípios preconizados pelas Diretrizes Nacionais Curriculares (MEC, 2009). O projeto prevê a seleção e a formação continuada dos educadores, bem como a articulação com as famílias durante o primeiro ano de implantação. A proposta pedagógica garante que as crianças tenham experiências variadas com as diversas linguagens, reconhecendo que o mundo no qual estão inseridas, por força da própria cultura, é amplamente marcado por imagens, sons, falas e escritas em espaços externos, priorizando as vivências com a natureza. Nesses campos de experiências, as vivências valorizam as ações lúdicas, as brincadeiras e as culturas infantis. Essa estrutura exige participação ativa das famílias, co-organizando a gestão pedagógica, definindo os projetos que permitirão às 20-25 crianças cuidarem de si, do outro, e do ambiente de forma a conquistar sua autonomia gradual. As creches são submetidas às normas e regulamentações das secretarias de educação, saúde, assistência social e de meio ambiente de cada município onde forem implantadas. Desta forma este Projeto considera dois princípios fundamentais, para assegurar os direitos das crianças nas diferentes áreas de atuação, como: assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos das crianças abaixo de 3 anos (DCNEI, 2013) e sustentar os direitos referentes à vida, à saúde, à cultura, ao lazer, à convivência familiar e comunitária provocando liberdade, dignidade e justiça (ECA, 1990).

Ficha Técnica


Fabrica de Ideias: Arquiteta Monica Menezes de Mello

Peixe Solto - Ecoeducação: Jornalista Maraisa Ribeiro
https://www.facebook.com/peixesolto/posts/391642280922447/

Direitos da criança, sua família e suas/seus educadores: Psicóloga/educadora - Ana Maria A. Mello
http://bairral.com.br/cursos-e-eventos/modelos-de-acolhimento-a-infancia-publico-laico-e-emancipatorio/



Equipe Técnica

Galeria do Projeto

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