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Praça da Árvore

COMPAZ, Alto de Santa Teresinha, Recife, o projeto envolveu as(os) moradoras(es) da localidade. Parceria de projetos firmada entre a ARIES, a FBvL e a LAZO. O urbanismo tático e a co-construção foram ações vinculadas às fases seguintes do Projeto, que formou uma intervenção e objetivou a melhoria da qualidade urbana voltada para a perspectiva das crianças de primeira infância, com estímulo para uma cidade segura, lúdica e projetos com a pretensão de se tornarem políticas públicas para o Recife.

Resumo do Projeto

O urbanismo tático e a co-construção liderados pela Lazo e pela ARIES foram ações que estiveram vinculadas ao Projeto Primeiro a Infância, baseada na Urban95 da FBvL, que tem como objetivo a melhoria da qualidade urbana voltada para a perspectiva das crianças de primeira infância, com o entendimento de que uma cidade segura e lúdica para as crianças, é também boa para todas(os).



O projeto teve início junto à comunidade, a partir de oficinas no local com o envolvimento das crianças e da rede que as cerca. As informações levantadas nas dinâmicas trouxeram material para iniciar a primeira entrega de Projeto Executivo, em 2019. Em 2020, a partir do contexto da Pandemia da COVID-19, não foi permitido o início das obras e 25% da verba prevista para a construção foi direcionada aos hospitais, o que acarretou uma revisão para adequação orçamentária. O projeto ganhou um caráter coeso e a oportunidade de valorizar a árvore da Praça.



Etapas para entender o projeto:



1. URBANISMO TÁTICO

Dinâmicas como um instrumento de consulta com a escuta ativa sobre os desejos das crianças. Junto com a comunidade e com uma pequena empreiteira construímos uma Praça efêmera, o que impulsionou o engajamento e o senso de responsabilidade com o lugar, realizamos 4 oficinas presenciais em abril de 2019 e a ARIES um trabalho prévio de engajamento, pesquisa e participação com as famílias, captamos inputs para a execução.



Para a primeira oficina, tivemos um total de 20 voluntárias(os) que participaram de forma orgânica ao longo da construção. Ao longo do processo, houve um crescimento gradativo da participação da comunidade nos encontros. Na 1ª oficina participaram em torno de 20 crianças e 5 mães, o que foi importante para compreendermos o perfil para a montagem da intervenção, que seria composta principalmente por crianças. Em seguida, a chamada dinâmica de “Sonhar Acordada(o)” deu origem às histórias e serviu de norte pra todo o processo de criação do projeto. Percebemos o desejo de ver estrelas, balões na árvore, balanço, escorrega e de ter uma fonte com água. Descortinar a relação entre a Paineira, que sombreia, “solta” algodão e forma uma textura com pontos macios e brancos no solo que compõem a paisagem do espaço, foi imprescindível para a relação do lugar com as crianças.



Na 2ª oficina encontramos em torno de 50 pessoas, contando inclusive com a presença de alguns pais (homens). O artista Raoni Assis liderou a pintura do muro de estrelas junto com as crianças. A 3ª e a 4ª oficinas foram focadas na conclusão das intervenções e na celebração dos brinquedos instalados. Chegamos a 70 crianças e cuidadoras(es)!



2. PROJETO INICIAL

O projeto inicial tinha um orçamento robusto e, portanto, um escopo extenso. A praça foi dividida em setores: espaço para bebês, duas áreas para que as pessoas se reunissem numa conversa, arquibancada, variados brinquedos, bicicletário e fonte seca. A demanda importante trazida pelas mães era a construção de um “circuito” em que as crianças pudessem brincar com continuidade e liberdade. O desejo de continuidade nos levou à decisão de propor uma praça com fluxo circular, que abraçasse a árvore e fosse segura para o livre brincar. Assim, o projeto tinha, nessa fase, cerca de 11 equipamentos.



REVISÃO DE PROJETO

“uma coisa é o lugar físico, outra coisa é o lugar para o projeto. E o lugar não é nenhum ponto de partida, mas é um ponto de chegada. Perceber o que é o lugar é já fazer o projeto” - Álvaro Siza



Além das decisões técnicas, compreendemos a natureza do lugar e a interação com a comunidade, portanto, olhar além do objeto físico, como diz Siza, antes abandonado, subutilizado e/ou em conflito de interesses, foi frutífero. Com o corte de orçamento, deveria existir um “prejuízo” ao projeto. Mas ao contrário, vimos uma oportunidade: tirar melhor partido do elemento principal da Praça - a árvore, uma Paineira com 12 m. A revisão se deu diante da necessidade de empregar o recurso da praça em questões emergenciais, o que demonstra a relevante necessidade de adequação dos projetos executivos e das planilhas orçamentárias, desenvolvidas no prazo de 6 semanas. Não havia a possibilidade de redução da área de intervenção e nem mudança diametral do partido adotado no projeto inicial.



Como diretriz para a adequação os principais pontos foram: manutenção da fonte seca e das montanhas, outro forte parâmetro que corrobora para a redução de custos de execução está no resgate dos sistemas naturais (materiais, solo e plantio de árvores), revisões simples no traçado e reuso de pisos existentes o que tornou o projeto menos complexo na fase de execução.

Conforme o projeto inicial, a praça foi destinada para crianças com idades de 0 a 3 anos, portanto, todo o planejamento levou em conta tal objetivo. Na proposta revisada, fica expressa a oportunidade da valorização do livre brincar pelos amplos espaços de solo natural, jardins e a valorização da vista para a árvore, o elemento de maior força e energia do lugar.

Ficha Técnica

Estagiárias(os) de Arquitetura: Anderson Mendes, Larissa Sotero, Marcelle Samico.
Arquitetas(os): Danilo Cirne, Filipe Henriques, Isadora Melo, Marta Roca, Raissa Matoso, Rebeca Cunha e Tâmara Maysa.
Engenheiras(os): Evanderson Aguiar.

Galeria do Projeto

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Galeria Comparativa