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Caminhos da Iputinga (Recife/PE)

O projeto Caminhos da Iputinga tem como objetivo central tornar mais agradável e educativo os caminhos cotidianos das famílias do bairro de Iputinga, na cidade do Recife, através da criação de espaços que possibilitem pausas urbanas para acolher crianças e cuidadores. Esses novos espaços estão inseridos num percurso que integra equipamentos diretamente ligados à primeira infância presentes no bairro, como instituições de ensino e de saúde e espaços públicos de lazer.

Resumo do Projeto

O processo está inserido na compreensão de que o que aprendemos na nossa infância, diz muito sobre a(o) cidadã(o) que seremos. Mas o pensamento não pode estar voltado apenas para o “futuro adulto”, é preciso que sejam proporcionadas às crianças oportunidades de fala, que elas sejam estimuladas a atuarem de forma propositiva, como sujeitos ativos que são, com responsabilidades sobre o espaço público que vivem e convivem. Nessa perspectiva, a importância do contato dos pequenos com o ambiente físico onde são tecidas suas relações sociais, parte da necessidade de fortalecer a sua consciência cidadã, de forma a motivá-los a participarem na solução de problemas que surgem na realidade do dia a dia na relação com os espaços e pessoas que estão ao seu redor.



Partindo disso, as intervenções foram pautadas sobre os eixos previstos no Plano Decenal Para a Primeira Infância do Recife, de forma a manifestar no espaço público o direito previsto em cada um dos eixos: Direito ao Espaço Urbano, Direito à Educação e Cultura, Direito à Assistência Social e Direitos Humanos e Direito à Saúde.



As visitas à área consistiram no primeiro contato da equipe de projeto com o espaço a receber a intervenção. No primeiro momento, a visita foi feita com a contratante e, no segundo momento, guiada por um morador da comunidade. Esse morador foi posteriormente contratado para participar do projeto como articulador local, com o objetivo de firmar um diálogo mais aberto entre nós e os moradores da Iputinga, sobretudo pelas condições de isolamento social impostas pela pandemia da Covid-19.



Conversamos com alguns moradores da área, questionando sobre as demandas existentes no percurso da Rua Sucupira até o Posto de Saúde da Vila União, como as pessoas se sentem ao realizar esse percurso no dia-a-dia, e quais elementos poderiam ser adicionados para que esse caminho se torne mais seguro e agradável para as crianças e cuidadores. Ao

direcionar nossa atenção aos cuidadores, questionamos onde e em qual horário os pequenos costumam brincar, como se deslocam quando estão acompanhados das crianças ou bebês (carrinho, de mãos dadas, no braço, etc) e se os seus responsáveis permitem que elas circulem livremente no bairro à pé ou não e por qual motivo.



O projeto Caminhos da Iputinga teve como objetivo central realizar intervenções em caráter de urbanismo tático em 4 (quatro) pontos distribuídos ao longo do caminho que une os principais equipamentos públicos do bairro. Considerando a oferta de equipamentos que promovem o brincar livre já existentes na Iputinga, as intervenções realizadas buscaram atender à principal demanda identificada no processo de escuta com moradoras e moradores da comunidade: a necessidade de realizar pausas ao longo dos trajetos cotidianos realizados pelos cuidadores e cuidadoras com as crianças.



Como base para o desenvolvimento do projeto, foi utilizado o Plano Decenal Para a Primeira Infância do Recife, instrumento de garantia dos direitos da primeira infância e ferramenta para direcionamento das ações realizadas a este público. Nesse sentido, todas as diretrizes e decisões projetuais foram tomadas levando em consideração os eixos estratégicos - descritos anteriormente -, que vão desde a escolha dos locais de intervenção, o emprego das cores e materiais e as possibilidades de usos que podem ser praticados nesses espaços.



Seguindo o mesmo princípio, o mobiliário de cada intervenção atende a usos ligados ao tema da primeira infância, como assentos adaptados para amamentação, bancos com altura adequada para crianças e apoios mais altos, que poderão servir como trocadores ou como mesas. Os materiais empregados nas peças de mobiliário, constituído essencialmente de uma estrutura metálica com elementos em madeira, foram selecionados pensando na maior durabilidade da intervenção, além da garantia da segurança dos seus usuários, levando em conta que o público alvo é de crianças de zero a seis anos.



Além disso, a sinalização vinculada ao mobiliário cumpre simultaneamente duas funções: informativa e interativa. Por ser sustentada por uma estrutura giratória, a sinalização dá a possibilidade de interação com suas duas faces, sendo uma delas fundamentalmente informativa, sobre o projeto e o Plano Decenal Para a Primeira Infância, e a outra interativa, que dispõe de uma atividade lúdica voltada para as crianças em idade de primeira infância.



Com objetivo de ratificar o caráter lúdico nos locais de intervenção e de atender a demanda dos moradores por mais cores e mais vida na vizinhança, foi definida a participação de dois artistas urbanos no projeto. Os dois artistas trabalharam em conjunto em quatro grandes murais, um em cada espaço de pausa urbana, e tiveram o desafio de representar os quatro eixos temáticos do PMPI em suas ilustrações, levantando mais uma vez o debate sobre o Plano e os direitos que devem ser garantidos à primeira infância.

Ficha Técnica

EQUIPE DE PROJETO | MASSAPÊ
Amanda Alves
Bruno Galvão
Lucas Izidorio
Marina Mergulhão
Melina Motta

ARTISTAS URBANOS
Marquinhos ATG
Adelson Boris

ARTICULADOR LOCAL
Wedlon Cláudio da Silva

COLABORADOR
Iputinga Sociocultural

Galeria do Projeto

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Galeria Comparativa