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Guia de Praças da Infância do Recife

Dentro das políticas do Recife para se tornar uma cidade cada vez mais aberta e segura para as crianças, o guia de praças da infância é uma ferramenta desenvolvida para auxiliar os profissionais do município a desenvolver projetos de espaços públicos mais adequados a esse público. Ele conforma um guia conceitual, técnico e metodológico para a implantação das praças da infância, a serem implantadas em vários pontos da cidade.

Resumo do Projeto

"O Guia de Praças da Infância do Recife visa promover e motivar ações voltadas à inclusão, segurança, liberdade, orgulho e visibilidade das crianças nas praças de Recife, tendo por objetivo propor SOLUÇÕES PRÁTICAS, na forma de uma GUIA DE PRINCÍPIOS CONCEITUAL, TÉCNICO E METODOLÓGICO, a partir do conhecimento e reconhecimento da cidade e seus espaços de praças e da compreensão da multiplicidade da mesma.

“Ser inclusivo na arquitetura e no planejamento urbano é pensar além da própria experiência; é abrir-se ao conhecimento e às múltiplas experiências da sociedade para que o nosso trabalho seja útil e belo.” Zaida Muxí Martínez

As Praças da Infância são criadas a partir da metodologia proposta pelo Guia de Praças da Infância, para que possam ser replicadas em toda a cidade, com soluções específicas que estejam em sintonia com o seu entorno, mas garantindo que toda criança recifence tenha acesso às mesmas qualidades proporcionadas por estes espaços. Ele traz parâmetros e padrões que guiarão os projetos das Praças da Infância, estimulando o uso de soluções diversas, ao mesmo tempo que garante a identidade desses espaços.

O Guia propõe um trajeto para elaboração e implementação dos projetos, que segue a seguinte estrutura:

Classificação urbana_ Identificar se a praça é de baixa, média ou grande complexidade, analisando sua localização no tecido urbano, o seu entorno, as condições de acesso, os equipamentos próximos e a população que a frequenta.

Identificação dos acessos_ Mapear os pontos de transporte público e os principais trajetos a pé. Analisar a condição de inserção de cada rota e realizar intervenções de segurança viária, considerando, ainda, as linhas de desejo dos pedestres, principalmente as crianças.

Conhecimento dos atores locais_ Para que haja uma maior apropriação da praça pela população local, é necessário engajar, no projeto, a população local, por meio de lideranças e escuta das crianças que frequentam a praça ou que habitam o entorno próximo.

Reconhecimento do patrimônio urbano, arquitetônico e cultural_ Verificar com os órgãos responsáveis quais são os principais elementos culturais do entorno, área ou região da praça, que possa servir de inspiração para o projeto.

Definição das zonas_ Reconhecer as áreas em que se concentram as atividades da praça e planejar as futuras atividades, através da classificação do tipo de interação existente e pretendido entre a criança, os adultos e o espaço público. Considerar as pré-existências e destacar a zona de prioridade.

Identificação da temática_ Identificar os elementos naturais que mais se identificam com a praça. Pode ser por aproximação, como área de mangue e a ÁGUA, ou por distanciamento, como praia versus a TERRA, estimulando outras experiências.

Proposição dos desafios_ É importante definir que tipo de ações e desafios serão propostos para as crianças na praça. Eles devem privilegiar a liberdade de escolha e reflexão da criança, sendo propostos sempre de maneira ampla e acessível.

Traçado do caminho estruturante_ Após a distribuição dos círculos, é necessário conectá-los entre si e com os outros espaços da praça através do caminho estruturante, que leva as crianças a percorrer a praça e conhecer todos os seus espaços.

Definição dos círculos temáticos_ Distribuir os círculos de acordo com o tamanho da praça e a história a ser contada. As leituras do entorno, a escuta das crianças e os aspectos culturais do local serão essenciais para garantir a diversidade das composições.

Traçado da rota acessível_ Após a definição dos círculos, do caminho estruturante e das atividades e desafios que serão propostos, deve ser traçada a rota acessível, garantindo que a praça seja inclusiva desde a sua concepção e projeto.

Projeto da Praça da Infância_ É hora de dar forma aos círculos temáticos e ao caminho estruturante, elecando o mobiliário, os brinquedos, materiais e vegetação indicados no guia, com liberdade para novas opções, considerando sua manutenção.

Manutenção_ Realizar a manutenção da praça ainda é parte do projeto, para que tudo o que foi projetado para as crianças esteja sempre disponível. Seja pela zeladoria da prefeitura ou pela própria comunidade, a imaginação das crianças e a cultura devem ser preservadas.

Este guia é utilizado pelo município desde 2022, sendo o projeto piloto desenvolvido pelo Estúdio mais e acompanhado pela prefeitura, o projeto seguinte foi desenvolvido pelas equipes da prefeitura e acompanhado pelo Estúdio +1, sendo os demais desenvolvidos pela prefeitura, estratégia que visa a autonomia no processo e a continuidade dos princípios aqui estabelecidos para projetos futuros.

Atualmente (fevereiro 2022) o projeto piloto da praça da infância do Recife já está em fase final de obras."

Ficha Técnica

"Concepção geral: Estúdio +1, Aries – Agência Recife para Inovação e Estratégia e Prefeitura Municipal do Recife.
Desenvolvimento: Ana Claudia Fernandes Maciel, Luis Fernando Milan, Tiago Brito da Silva, Rafael Letizio Sedeño Pinto, Priscilla de Alencar e Vivian Siqueira Madi.
Paisagismo: Gabriela Tamari e Ruth Cuiá
Pesquisa: Deborah Sandes de Almeida
Identidade e comunicação: Leandro Lopes e Vanessa Yukari Dozono
Consultoria de acessibilidade: Pedro Augustin Lang
Apoio: Fundação Bernard Van Leer

Equipe Técnica

Galeria do Projeto

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